quarta-feira, 3 de junho de 2009

O GAROTO E A ÁRVORE

Antes de começar a ler este, sugiro que procure a música: ALL IS FULL LOVE da cantora Bjork e a proposta é que você possa fazer a leitura ouvindo a música.




Um garoto caminha sozinho numa estrada de terra, está descalço, roupas rasgadas, cabelo penteado, pele cheirosa, olhar lagrimejante, sorriso convicto... (imagine como pode ser). Ao longe ele nota uma árvore, talvez a mais linda que já vira em sua vida. A árvore olha para ele, e suas folhas balançam com mais velocidade,... (continue imaginando).
O garoto é bonito, em toda sua vida fora rejeitado. A árvore é atraente em sua beleza, todos os frutos que produziu até aquele momento foram podres.
Os passos continuavam calmos, cade vez mais calmos...
A distancia perturba e o garoto começou a perceber que não conseguia se aproximar da árvore. “Apressar os passos agora?”, pensou ele e continuou a andar lentamente. Quantas perguntas você já se fez e não precisou de resposta? (pense um pouco).
Nesta estrada, que eu posso visualizar com muita facilidade, é cheia de movimentos e nenhum deles chamou a atenção do garoto. Nem mesmo o rio que havia ali do lado e nele muitos peixes corriam sobre as águas. Nem mesmo o cão que estava perseguindo-o desde o inicio (que inicio?)... Nem mesmo algumas pedras que conversavam gritando de felicidade. Nem mesmo dois animais (sem nenhuma descrição) transando enquanto andavam ao lado do garoto. Nem mesmo.
Na árvore havia um fruto, apenas um. A sede e a ânsia de tocar no fruto apoderou-se do jovem, agora ele mudou o jeito de andar e de calmo passou pra muito, muito, muito lento. (consegue enxergar?)
De repente a arvore estava alí, bem na frente. Ela sorriu pra ele, ele sorriu pra ela.
“Sombra fresca
maldito calor,
que dia agradavel,
por eu estar aqui!”
Sim, subiu sim! Até o último galho da árvore e então o garoto apanhou o fruto, o único fruto que havia ali. E no vislumbrante vermelho daquela maça estava escrito: “se me comer estará cometendo um grande engano”. E então o garoto suspirou fundo, abriu a boca e sentiu o gosto perfeito daquela fruta. A maça estava simplesmente suculenta.
O garoto chorou muito, muito mesmo. Até suas lágrimas secarem, a árvore gargalhou com bastante entusiasmo, até suas folhas cairem e se você não consegue compreender apenas imagine!

Fanuel Ferreira